Americanos oram por vítimas do ataque ao templo sikh

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Um memorial improvisado criado em Oak Creek, uma pequena cidade do Wisconsin, se converteu no símbolo do drama que vive esta comunidade após o tiroteio que no domingo deixou sete mortos em um templo sikh, incluindo o atirador, um ex-militar americano.

Ursos de pelúcia e flores cercavam um memorial montado com seis coroas fúnebres com os nomes e idades das vítimas do atirador, cinco homens e uma mulher, com entre 39 e 84 anos.

“Estou totalmente devastada pelo que ocorreu aqui”, disse Peggy Renner-Howell, 52 anos, que mantinha a cabeça curvada e o rosto triste após depositar flores brancas no local.

“Estou apenas rezando e desejando que as famílias das vítimas tenham um pouco de paz”.

A comunidade indo-americana organizou uma vigília na noite de segunda-feira no templo sikh de Brookfield, a cerca de 40 km de onde ocorreu o massacre. O governador do Wisconsin se “uniu às orações”.

“Precisamos disto”, disse Harsimran Kaur, de 30 anos. “Foi um caos. Estamos sofrendo muito”, concluiu.

O presidente do templo de Brookfield, Gurcharan Singh Grewal, disse esperar que esta tragédia sirva ao menos para que os americanos aprendam que os siks não são muçulmanos extremistas, apesar do uso do turbante e da barba.

“Sou americano, mas me sinto em perigo no pais no qual cresci”, lamentou Gagan Khurana, 27 anos, que “conhecia pessoalmente as vítimas”, incluindo “a mãe de um amigo”.

Segundo a imprensa americana, Wade Michael Page, o autor do massacre, era ligado a grupos defensores da supremacia branca.

Representantes da Coligação Sikh em Washington destacaram que membros da comunidade foram vítimas de racismo 700 vezes desde os atentados de 2001.

A religião sikh, fundada há cinco séculos na Índia, exige que os homens cubram os cabelos – que não podem ser cortados – com um turbante e cultivem a barba.

G1 / Portal Padom

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