Brasil tem 11 mortes e evidência de circulação da gripe H1N1

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gripe H1N1 no brasilBRASÍLIA (Reuters) – Uma vítima fatal da gripe H1N1 de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho, é o primeiro caso que representa evidência de que o vírus da nova gripe circula no Brasil, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, nesta quinta-feira, quando o total de mortes subiu para 11 no país.
“Segundo a OMS, existem sete países em que a transmissão do vírus é considerada sustentada… Agora o oitavo país é o Brasil”, afirmou o ministro em entrevista coletiva.Ele explicou que, até então, todos os pacientes do país que tiveram a doença confirmada haviam visitado países em que há a circulação do vírus ou tiveram contato com pessoas que viajaram ao exterior.

“No dia de hoje estamos confirmando o primeiro caso de transmissão de Influenza A H1N1 sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo que morreu no dia 30 de junho. Nos dá, portanto, a primeira evidência de que o vírus circula no território nacional”, disse Temporão.
O ministro acrescentou que a confirmação de que se tratava de um caso de transmissão sustentada foi feita na manhã desta quinta-feira, após a Secretaria de Saúde de São Paulo concluir um estudo epidemiológico sobre o caso.
Temporão disse que a circulação do vírus no Brasil era um “fenômeno esperado” dadas as características da doença. Ele disse que o governo brasileiro se preparou para esse momento e que a rede de atendimento está integrada para “manter e reforçar as medidas de atenção à população”.
“Esse fato não significa que a situação se agravou”, reforçou o ministro. Segundo Temporão, a letalidade da doença é de 0,5 por cento. Ele lembrou que a maioria dos casos evoluem para a cura.
Para o ministro, considerando o número de casos, a proximidade com a Argentina e o fluxo de pessoas, “há uma grande possibilidade de que no Rio Grande do Sul o vírus esteja circulando”. Ele ponderou, no entanto, que o ministério ainda não concluiu a investigação para afirmar isso categoricamente.
Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália, Reino Unido, e, agora, o Brasil têm transmissão sustentada do vírus.

NÚMERO DE MORTOS AUMENTA
O ministro confirmou que o número de mortes por gripe H1N1 no Brasil chegou a 11. Do total de mortes, sete aconteceram no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e uma no Rio de Janeiro.
Somente nesta quinta-feira, sete novas vítimas fatais foram confirmadas no país: cinco no Rio Grande do Sul, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, que registrou a primeira morte pela doença.
Dos casos gaúchos divulgados nesta quinta dois ocorreram em Passo Fundo, dois em Santa Maria e outro foi confirmado pela Santa Casa de Uruguaiana, em um caminhoneiro de 35 anos que esteve na Argentina.
A vítima paulista é de Osasco, onde uma menina de 11 anos já havia falecido com o vírus e cujo caso representa evidência de que o vírus circula no país, já que ela não esteve no exterior e não teve contato com pessoas que viajaram.

A vítima mais recente, segundo a Secretaria de Saúde de Osasco, é um rapaz de 21 anos.
No Rio de Janeiro, o primeiro caso fatal foi confirmado em uma mulher de 37 anos, que morreu no dia 13 de julho, seis dias após ser internada, informou a Secretaria Municipal do Rio, que está investigando os contatos da paciente para descobrir como houve o contágio.
Para o combate à doença, Temporão esclareceu que a estratégia do ministério não mudará e será focada em informação, orientação e assistência médica para as pessoas que estejam com sintomas e para se prevenirem.
Para evitar superlotação de hospitais, o ministro recomendou a todas as pessoas que apresentarem sintomas de gripe a procurarem o médico de sua confiança ou o posto de saúde mais próximo.
Doentes com alguma doença preexistente, em grupo de risco –crianças, idosos ou indivíduo com doença de imunodeficiência– e em estado grave serão encaminhados a hospitais de referência.
Temporão também informou que, na próxima semana, uma remessa de 50 mil doses do antiviral oseltamivir chegará ao país. As doses fazem parte de uma compra de 800 mil tratamentos.
O Brasil possui 60 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus e mil leitos com isolamento.
No momento, o Brasil possui 1.175 casos notificados, conforme o último boletim do Ministério da Saúde.

Reuters/padom

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