Carros De Ferro | David Wilkerson

1192

carros-de-ferro-diabo“Esteve o Senhor com Judá, e este despovoou as montanhas; porém não expulsou os moradores do vale, porquanto tinham carros de ferro” (Juízes 1:19). “Porém a região montanhosa será tua. Ainda que é bosque, cortá-los-á, e até às suas extremidades será todo teu; porque expulsarás os cananeus, ainda que possuem carros de ferro e são fortes” (Josué 17:18).

Por que a América está sendo flagelada pela AIDS? Por que nossas ruas não têm segurança para se andar? Por que uma geração toda está enlouquecida pelo álcool e pelas drogas? Por que as nossas fronteiras não possuem defesa, e os traficantes inundam a nossa nação com uma torrente irresistível de drogas de todos os tipos?

Isaías descreve o nosso tempo em Isaías 1:4-7: “Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás. Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele cousa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo. A vosssa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos.”

Deus avisou Israel de que as suas cobiças malignas iriam acabar em escravidão. “O Senhor te fará voltar ao Egito…sereis ali oferecidos para venda como escravos…aos vossos inimigos” (Deut. 28:68).

O nosso país transformou-se em uma nação má, corrupta; e Deus nos ofereceu para venda ao inimigo. Somos agora uma nação de escravos. Somos escravizados à luxúria, ao álcool, às drogas, à televisão, ao dinheiro, ao sexo, aos prazeres. Fomos prevenidos para estudarmos a Palavra de Deus e aprendermos a partir dos erros de Israel: “Estas cousas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência (instrução) nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos tem chegado” (I Cor. 10:11).

Um exemplo poderoso e detalhado para a nossa instrução se encontra em Juízes 4 e 5. “Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau perante o Senhor…Entregou-os o Senhor nas mãos de Jabim, rei de Canaã…”(Juízes 4:1,2).

Israel houvera sido uma nação santa, separada para Deus, dependendo unicamente do Seu poder, sem temor a coisa alguma! As suas cidades estavam cheias de riso, de crianças brincando. Os seus líderes e pastores eram sensíveis ao coração de Deus. Mas Deus vendeu Israel à escravidão devido à cobiça e às concessões! Durante vinte anos de escravidão Israel bajulou como covarde porque 900 carros de ferro cananeus corriam de um lado para o outro sobre suas estradas. Nenhum israelita podia andar seguro nas ruas. As crianças viviam com medo! “A guerra estava às portas” porque haviam recorrido a novos deuses. “…cessaram as caravanas; e os viajantes tomavam desvios tortuosos” (Juízes 5:6).

Que pena! Que humilhação! Houve dias em que este povo de Deus teria eliminado qualquer inimigo! Arma nenhuma conseguia derrotá-los. Agora, olhe estes covardes – o povo de Deus – subserviente, andando com medo. O ruído do estrondo dos carros de ferro do inimigo atingindo com medo os seus corações. Era o mesmo tipo de cena da Tchecoslováquia quando os tanques russos ressoavam nas ruas impondo o comunismo. Toda a oposição foi esmagada! Israel fugiu das aldeias, escondendo-se nas montanhas. O pecado havia levado a nação a ser um povo covarde, servil e sem força.

Alguns de vocês que lêem isto podem já estar perguntando: “Onde você quer chegar? Certamente que você não está sugerindo que nós, os cristãos de hoje, estamos escravizados e acovardados! Com certeza você não vai deixar de notar todas essas grandes convenções, os cursos, as cruzadas, as marchas! E o que dizer destes ministérios especiais contra o aborto, a pornografia? E as mega-igrejas, onde milhares agora se reunem em grandes cultos de louvor e adoração? Isso não é um reavivamento? Isso não é Deus com a Sua igreja?” Outros podem estar perguntando: “Veja todos estes cristãos em atividade: obreiros nas penitenciárias, obreiros de rua. Olhe para todos estes programas de reabilitação das drogas, todos estes retiros espirituais. E todas estas invasões maciças de literatura, as rádios e as televisões cristãs? Isso não é reavivamento?”

A resposta às estas perguntas está na praça Times Square, na rua 42 (cidade de Nova Iorque, EUA) – e em outras áreas decadentes em toda a nossa nação. A resposta está nos inúmeros antros de crack, nos hospitais lotados,cheios de pacientes com AIDS, nos viciados que ficam gritando com a mente destruida; nas lojas de vídeos pornográficos se proliferando no país inteiro, até mesmo nas menores cidades.

Estamos Falando A Respeito Dos Carros De Ferro Do Diabo!

Os carros de ferro malignos do diabo ainda estão correndo de um lado para o outro nas ruas – espalhando o medo – sem quem os desafie! A nação, a igreja, parecem não dispor de poder para detê-los!

Há pouco, trouxemos mais de 500 cristãos para a cidade de Nova Iorque para nos ajudar a impulsionar a Igreja de Times Square. A maior parte deles tinha ousadia, era destemida e se comprometeu com Nova Iorque. Mas alguns, não podiam esperar para voltar para as suas cidades seguras. Eles partiram dizendo: “Que inferno viscoso! Os demônios controlam tudo! Que horror!” Os novaiorquinos não são diferentes. Ouço os cristãos dizerem: “Eu tento ficar longe daquelas áreas corrompidas! Não quero chegar perto delas.” Assim fugimos para as nossas casas e apartamentos seguros, ficando longe dos viciados, longe de Times Square, longe dos pobres, das senhoras inchadas, mantendo distância – com medo destes satânicos carros de ferro!

Como ousar dizer que o reavivamento chegou – em qualquer parte deste país – enquanto as fortalezas de Satanás não estão sendo desafiadas! Será que isto é reavivamento, quando todos os poderes, sejam municipais, estaduais ou federais não conseguem interromper as atividades da rua 42? Quando tudo que o nosso governo pode oferecer é ir até os carros de ferro e “dizer não!”? Será que isso é reavivamento, quando todas as igrejas da cidade de Nova Iorque juntas não são capazes de deter os carros de ferro do diabo?

Os viciados e os cáftens ficam mais ousados; os homossexuais saem dos esconderijos; os pornógrafos zombam de nossas leis; os corretores de Wall Street fazem e acontecem sem nenhum temor; os criminosos saqueiam e roubam em plena luz do dia! E todo domingo, umas poucas centenas de cristãos se reunem acovardados em suas casas seguras – a maioria achando que nada pode ser feito contra estes carros de fogo! O resto está se espreguiçando em suas poltronas, rindo do programa de Bill Cosby na TV.

A verdade, é que a igreja se fixou apenas para vitórias no alto das montanhas. Igual aos isarelitas na história em Juízes 1, nós “despovoamos as montanhas” (de inimigos). “Esteve o Senhor com Judá, e este despovoou as montanhas…” (Juízes 1:19). Isso representa vitória contra os hábitos: a carne, a luxúria – o inimigo dentro do íntimo! Israel estabeleceu os seus altares nos lugares altos, começou a estabelecer a adoração e o louvor, e desistiu do restante da multidão do diabo. Olharam lá embaixo para os 900 carros de ferro e disseram: “O vale pertence ao deus deste mundo. O inimigo pode ficar com ele. Vamos evitar esse local! Permaneceremos aqui em cima e desfrutaremos das bênçãos do topo da montanha. O que podemos fazer contra uma força tão maligna?” Por não sair em busca destes carros de ferro, Israel apresentou um falso quadro Deus aos ímpios. Fizeram com que Deus parecesse fraco, indefeso! Os condutores dos carros zombaram: “O deus deles é um deus das montanhas! É só um deus de cânticos – alguém para quem se deve cantar! Eles fazem um louvor muito alto mas agem de modo covarde! O deus deles é só um deus da covardia, da impotência.”

Assim é hoje! Qual é a imagem que o mundo tem da igreja? Eis o que eles dizem: “É um bando fraco e fanático de velhinhas e de pregadores de rua que carregam um megafone, e colocam um pedaço de literatura na sua mão. A igreja existe para os doentes, os fracos, para os débeis – para os que estão caindo aos pedaços! Essas pessoas não produzem qualquer diferença ou coisa assim. Há anos estão por aqui mas nada muda. Tudo só piora!”. “São todos como os pregadores da TV que vivem pegando dinheiro. Têm um Jesus de computador.Não possuem coragem, poder. Falam muito sobre poder, mas os únicos demônios que eles combatem são os que estão dentro da igreja. Têm medo do diabo de verdade daqui de fora”.

Não pode haver reavivamento verdadeiro até que o povo de Deus parta em fé para desafiar os carros de ferro do diabo – bem no seu próprio terreno! Por que é necessário haver um reavivamento de santidade? porque este é o único tipo de reavivamento que traz o ódio pelo pecado. É necessário que haja ira santa contra os carros de ferro do diabo! Quando o reavivamento que Deus deseja está presente, não há demônio que esteja a salvo! Inexistirá co-existência com o mal. Nenhum principado ou potestade está imune à autoridade espiritual, porque a visão da santidade de Cristo cria um ódio e uma ira ativas contra o pecado! As pessoas demoníacas recebem a ordem para serem libertas! Os confeccionadores de ídolos gritam: “A nossa subsistência está em jogo” – os mau livros são queimados. Os enganadores que mentem para o Espírito Santo caem fulminados. Os magistrados tremem, os carcereiros dobram-se sobre suas faces e se convertem, e as cidades ficam cheias do conhecimento de que Deus está presente!

Durante o grande reavivamento galês sob o ministério de Evan Roberts, adolescentes oravam! Eles se cansaram de pais alcoólatras batendo nas mães. Eles oraram para que os bares se fechassem! A polícia pranteava e se juntou aos cânticos – e a criminalidade quase cessou.

Oração Intercessória: A Única Maneira De Realizar O Reavivamento Que Deus Deseja!

“Clamaram os filhos de Israel ao Senhor…” (Juízes 4:3). Ainda é mais forte no original hebraico: “Berraram em uníssono ao Senhor!” Em grupo, desesperadamente clamaram a Deus!

Em meio em toda a corrupção, Deus possuia uma testemunha de Sua santidade na terra – uma profetisa chamada Débora. Enquanto todos se acovardavam e se calavam aridamente, Débora encontrava-se no Monte Efraim presa a Deus, buscando conhecer o Seu coração, sustentando o Seu fardo, aprendendo a confiar em Jeová pela vitória contra todo o poder inimigo. Débora começou a trazer uma palavra pura para a igreja do Senhor, a qual estava sob as palmeiras na colina de Efraim. Houve uma mensagem de santidade, de arrependimento e de vitória que foi pregada naquela igreja escondida! As pessoas chegavam – lentamente a princípio! Ricos e pobres! A classe superior [“vós, os que cavalgais jumentas brancas…” Juízes 5:10] veio até Débora para ouvir e para orar. Deus sempre tem os seus, dentre os abastados. Durante o reavivamento de Finney, os mais ricos da cidade estavam no centro dele. Eles ouviram à Débora, e como os seus corações queimaram no seu íntimo. Eles, igualmente, começaram a ver que os carros de ferro tinham de se ir!

A classe média veio [“…que andais…” Juízes 5:10]. Não cavalgar jumentas brancas – hoje, estes representam os que andam de ônibus, de metrô, os trabalhadores mais comuns. Não havia preferência de classe, à medida que todos vinham ouvir a mesma Palavra.

Os pobres vieram. “Onde se ouve o estrondo dos flecheiros, entre os lugares onde se tiram águas…” (Juízes 5:11). Estes tinham de lutar para sobreviver, estavam sempre sob risco, vivendo de desembanhar a arma vez após vez. Mas eles, também, vieram à igreja das palmeiras de Débora!

E os escribas vieram. “De…Zebulom desceram os legisladores, passando com o cajado do escriba” (Juízes 5:14). Todos os reavivamentos apresentam isto: remanescentes ocultos de escribas, desejosos de combater os carros de ferro com os seus dons! Eu profetizo que muitos serão levantados na mídia nos dias à frente. A palavra deles será uma palavra de poder! Escritores de oração, homens e mulheres, estarão alistados nesta última guerra!

Eram homens e mulheres – trabalhando juntos! Haviam Débora e Baraque, ministrando juntos. Inexiste qualquer machismo em um genuino reavivamento do Espírito Santo. É Deus movimentando criadas; é Deus levando os homens a agir! Como a atitude de Baraque foi diferente daquilo que vemos hoje. Foi lhe dito que se Débora fosse à batalha, uma mulher receberia o crédito por ter vencido a guerra. Baraque não se interessou nem um pouco pelo crédito ou pela honra! Ele desejava a autoridade profética e o poder de oração desta profetiza com ele. Assim será hoje! Quando um reavivamento real surge, ninguém brilha! Não haverá “culto ao ego”! Não irão ouvir “o meu pregador favorito”. Não mais se ouvirá: “Oh! como este homem tem poder!”. Em vez disto, será dito: “Jesus está lá! Há santidade lá! Lá Deus fala!”

A vitória realmente foi conseguida contra os carros de ferro no Monte Efraim, sob a palmeira. Era um movimento subterrâneo de Deus. A mensagem nesta igreja era: “Nem mais um centímetro para o inimigo! Chega de carros de ferro! A guerra começou!” Todos os que vinham a este esconderijo, saiam com os seus corações em chamas. Baraque, o guerreiro (“homem do relâmpago”) havia estado lá! O que ele ouviu de Débora? “Quando você vai se levantar e ser homem? Quando você vai crer que Deus tem o poder para remover estas carruagens de ferro?” E a princesa, os líderes e os escribas receberam a palavra que apareceu de que Deus estava prestes a fazer a guerra: “É melhor entrar na luta! Deus vai defender o Seu nome! Ele será glorificado diante dos olhos dos maus!”

A partir da intercessão chegaram instruções muito claras: “Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom” (Juízes 4:6). Não poderia ter sido mais claro! Como foi específico: vá ao monte Tibor e reuna 10.000 homens! O inimigo vai lhe atacar com carros de ferro no ribeiro Quisom – Deus vai entregar os carros de ferro e todo o exército em suas mãos!

Débora sabia quando se movimentar e como se movimentar. Exatamente naquele dia ela havia ouvido a Deus! Para ela, aqueles 900 carros de ferro já eram sucata! “Sísera convocou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, de Harosete-Hagoim para o ribeiro Quisom. Então, disse Débora a Baraque: Dispõe-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou a Sísera nas tuas mãos; porventura, o Senhor não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens, após ele” (Juízes 4:13,14).

Por que será que tanto daquilo que fazemos em nome de Deus não tem resultados, é confuso, insatisfatório, e não desafia aos carros de ferro do diabo? Por que os nossos direcionamentos não são tão precisos, tão claros, como aqueles recebidos por Débora que viveu numa época de menos luz? É porque não prendemo-nos a Deus! Oramos apenas para nossa auto-satisfação! Recusamo-nos à disciplina da oração particular e em grupo! Eu pessoalmente estou cansado de toda atividade vazia e inútil. Nos últimos 30 anos, distruibuimos toneladas e toneladas de literatura. Colocamo-nos diante das pessoas, como crianças na praia segurando as mãos para uma grande onda, gritando “Pare!”. Um folheto não é senão uma espada de papel – a menos que esteja acompanhado pelo Espírito Santo! É como se dirigir aos carros de ferro e gritar: “Chega! Pode parar!”, abanando espadas de papel. Esta é a letra que mata, a menos que tenha a retaguarda de muita oração e lágrimas! Através da oração Deus leva aquela espada de papel a ser um florete de aço! Cultos ao ar livre desprovidos do poder do Espírito Santo, de autoridade espiritual, são inúteis. Mero entretenimento sem vidas transformadas. Só através da oração e do jejum poderemos desafiar estas fortalezas!

Eles oraram por uma tempestade – e foi a chuva que derrubou as carruagens de ferro! “Desde os céus pelejaram as estrelas contra Sísera, desde a sua órbita o fizeram. O ribeiro Quisom os arrastou, Quisom, o ribeiro das batalhas. Avante, ó minha alma, firme! Então, as unhas dos cavalos socavam pelo galopar, o galopar dos seus guerreiros” (Juízes 5:20-22). O rio Quisom transbordou pelas suas bordas. Criou-se um enorme pântano. O inimigo se levantou, montou seus carros, e as rodas afundaram mais e mais na lama. Os carros agora eram um risco! Blocos inúteis de ferro. Olhe para o exército de Baraque animadamente subindo pelas carruagens imóveis, despedaçando ruidosamente as rodas, rasgando os arreios. Será que eles não olharam para aqueles carros afundados na lama, inúteis, e disseram: “Nós tínhamos medo disto?” “E o Senhor derrotou a Sísera, e todos os seus carros, e a todo o seu exército…” (Juízes 4:15).

Quando a chuva do Espírito Santo vem em resposta à oração, Deus enlameia o inimigo em seu próprio território. Da noite para o dia, é mostrado que o poder de Satanás é inútil. O povo de Deus vai ser esmagado. A chuva que cai torna o inimigo sem poder.

É Perigoso Ser Complacente Durante O Dia Designado Por Deus Para O Despertamento!

Enquanto o grupo desperto saiu para assumir o domínio em nome de Deus, outros recusaram a se envolver. Carros de ferro não os interessava pois achavam-se muito ocupados com seus próprios problemas e com a vida.

Os rubenitas recusaram-se a se envolver: “Por que ficaste entre os currais para ouvires a flauta? Entre as facções de Rúben houve grande discussão. Gileade ficou dalém do Jordão, e Dã, por que se deteve junto a seus navios? Aser se assentou nas costas do mar e repousou nas suas baías” (Juízes 5:16,17).

Os rubenitas continuam conosco! Estão agora mesmo dirigindo ou planejando outro curso do tipo “Como…” Estão reunindo-se nas convenções, nas conferências, compartilhando grandes idéias sobre como ganhar os perdidos. Como assumir o controle. Como produzir um reino justo. Eles estão redigindo estatísticas. Os seus computadores estão mandando números: como o mundo pode ser salvo em 90 dias se 3,5 cristãos testemunharem para 6,2 incrédulos.

Que grandes discussões! Até lamentam o seu desinteresse. Gostam muito de irem às reuniões para receberem uma convicção profunda. Tomam grandes decisões. Comissões são formadas. Desenvolvem uma estratégia, perguntando sempre: “Qual é a tua estratégia para ganhar a tua cidade?” “Como é o plano para ganhar?” A minha resposta é: “O nosso único plano é o de ficarmos de joelhos até que Deus nos revele exatamente como e quando agir.” Eles ainda estão em conversações quando a batalha já foi travada e vencida. Eles são aqueles que escrevem os livros para as gerações futuras – “16 Passos Para Ganhar Carros de Ferro”. Os rubenitas eram pessoas sem ação – sem compromisso – que não sujavam as mãos – que não subiam a montanha para orar com Débora! Eles precisavam chegar à sua próxima reunião.

Eu digo: chega de todas estas marchas, de especiais para a TV, de concentrações de massa, de planos de papel, de reuniões para estratégias, de grandes concepções de grandes mentes, de cutucadas estimulantes, de súplicas. É hora de orar! É hora de se apossar de Deus! É hora de se colocar tudo de lado e clamar ao Senhor por poder e orientação!

Gileade, Áser e Dã estavam muito ocupados fazendo dinheiro! Buscando o sucesso e a prosperidade. Muito dependentes do conforto e da comodidade! Leia Juízes 5:17 outra vez. O grupo “repousou nas suas baías” – presos ao seu pequeno mundo de necessidades. Absorvidos com suas pequenas guerras pessoais! O grupo se “deteve junto a seus navios” – remando o seu próprio barco.

Estes são aqueles contra quem Amós profetizou! “Ai dos que andam à vontade em Sião…que dormis em cama de marfim, e vos espreguiçais sobre o vosso leito, e comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do cevadouro; que cantais à toa ao som da lira e inventais, como Davi, instrumentos músicos para vós mesmos; que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis com a ruina de José…” (Amós 6: 1, 4-6).

Eles não se “afligiram com a ruina de José”. “Imaginam estar longe o dia mau” – “dormindo em camas de marfim à vontade!”, “espreguiçando-se sobre o leito”, “cantando a sua música”. Estavam inventando maneiras novas de se gozar a vida. Diz-se que alguém chegou até o escritório de A.B. Simpson bem cedo de manhã, e viu aquele grande missionário sobre o chão, tentando abraçar o globo mundial – vertendo lágrimas pelos perdidos.

A Maldição De Meroz

Os merozitas simplesmente não se interessaram! E foram amaldiçoados por Deus devido à sua complacência! “Amaldiçoai a Meroz, diz o Anjo do Senhor, amaldiçoai duramente os seus moradores, porque não vieram em socorro do Senhor, em socorro do Senhor e seus heróis” (Juízes 5:23). A maldição de Meroz constitui um dos pontos mais sérios em toda a Palavra de Deus. Trata-se de uma maldição que partiu diretamente do céu – revelando qual é a atitude de Deus em relação à complacência! Rúbens, Gade, Gileade e Áser não se envolveram – porém não foram amaldiçoados como Meroz! Por que esta temível maldição sobre Meroz?

Houve uma amarga controvérsia entre Deus e Meroz! Acredito que tenha sido porque Meroz pecou contra a luz. Eles tinham ouvido a trombeta soar e se fizeram de surdos. Ouviram o pungente clamor de Débora e zombaram! Os merozitas, creio eu, foram amaldiçoados porque se encontravam tão perto da batalha, tão juntos aos carros de ferro, porém tão longe de se envolver ou de se interessar. Foi-se o tempo em que os cristãos podiam ficar tão perto da batalha, ver tudo aquilo acontecendo em torno deles, e encerrar a questão dizendo: “Vou me fechar em oração, crescer em Cristo sozinho. Não preciso de ninguém: só eu e o Senhor!”.

Não! O Juíz vai nos cobrar: “Estava com fome – você não me alimentou! Nu, preso – e você não fez nada! Você não entrou pelos desvios e pelas barreiras para convencê-los a entrar! Você se fechou – escondeu o seu talento em um guardanapo, aguardando a vinda do Senhor! Você é o talento enterrado!”

Meroz tentou se esconder da turbulência e escolheu o caminho seguro e calmo. Deixariam que o resto do povo de Deus combatesse os carros de ferro, enquanto se aninhavam em segurança junto às suas lareiras aconchegantes. Mas Deus desprezou a sua complacência e lançou uma maldição sobre eles. A maldição de Meroz é a pior de todas: ser abandonado ao seu próprio interesse, desprovido de toda visão e energia espirituais, para simplesmente desaparecer gradualmente no esquecimento sem memória.

Quanto a mim, conceda-me o brio e o fogo de Débora – conceda-me a sua firmeza no Espírito Santo, a sua fé e a sua confiança sem limites, e a sua determinação em não se dobrar diante dos inimigos de Deus. Que a igreja de Jesus Cristo declare guerra contra todos os carros de ferro satânicos e traga a vitória pela oração!

 por: Rev. David Wilkerson

 

Deixe sua opinião