Centenas de cristãos são mortos em novo ataque na Nigéria

350

Centenas de cristãos foram assassinados a semana passada em várias aldeias do estado de Kaduna, na Nigéria, onde houve um violento ataque realizado por grupos de homens armados, que segundo relatos iniciais eram pastores de etnia fulani de religião muçulmana.

cristãos-mortos-nigériaOs ataques ocorreram simultaneamente nas cidades de maioria cristã e na zona rural, como em Ugwar Sankwai, Ungwar Gata e Chenshyi. O pastor Yakubu Gandu Nkut, presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN), na região, disse que a esposa de um pastor e seus três filhos estão entre os mortos.

“O infeliz ataque em nossas comunidades levou à morte de mais de 100 cristãos”, disse Nkut. “A esposa de um dos nossos pastores, a Sra. Jummai Likita Riku, e seus três filhos, da Igreja Evangélica Ganar Todos morreram no ataque.”

O grupo também atacou as igrejas e edifícios da Igreja Anglicana de Ugwar Sankwai, disse Nkut.

Daniel Anyip, vice-presidente do Conselho de Governos Locais, confirmou os ataques e o numero de mortos. Mulheres e crianças foram queimadas até a morte em suas casas que foram incendiadas. “Não há justificativa para este ato desumano”,disse Anyip a imprensa.

Alguns cristãos que conseguiram fugir, se refugiaram na cidade de Manchok. Um deles, Nuhu Moses, contou aos jornalistas que os pastores fulani mataram cerca de 50 cristãos na aldeia de Chenshyi.

“Os agricultores que atacaram a minha aldeia foram mais de 40, e estavam armados com pistolas e outras armas“, contou Moses a Morning Star News. “Não há uma casa que não tenha sido destruída, já que eles atearam fogo. Eles atiravam naqueles que tentavam escapar”, relata Moses, que considera um “milagre”, ter sobrevivido.

A Policia da Nigéria em Kaduna corroborou aos ataques, dizendo que mais policiais haviam sido mobilizados para a região a fim de restaurar a ordem, no entanto chegaram as 4 da manha, aproximadamente uma hora depois que os ataques terminaram. Aminu Lawan, superintendente da policia, disse a Morning Star New por telefone que a policia abriu uma investigação.

No dia 30 de janeiro, um grupo de pastores Fulani muçulmanso armados atacaram a aldeia cristã de Ungwar Kajit, na região de Manyi Akuru de Kaduna, perto de Manchok, matando uma família de sete pessoas e um homem  nas proximidades, deixando dezenas de feridos.

O conflito territorial entre pastores e etnia fulani, de religião muçulmana e agricultores de maioria cristã em Plateau, Bauchi, Kaduna, Taraba e Adamawa, tem deixado milhares de vitimas nos últimos anos. NO entanto, nos últimos tempos começou a detectar um vinculo entre os atacantes e os grupos extremistas islâmicos que operam em outras partes do continente.

O governador de Kaduna, Mukhtar Yero descreveu os ataques de 14 e 15 de março como um massacre “mau e bárbaro” e prometeu pedir uma investigação.

“Esta situação é inaceitável, e vamos intensificar os esforços para melhorar a vigilância e evitar que isso aconteça novamente”, disse ele em um comunicado de imprensa. “Oramos para que Deus possa expor as pessoas que estão causando este problema. Oramos para que Deus toque o coração  para parar esses atos covardes ou destruir suas maquinações do mal. ”

O Exmo. Rev. George Dodo, presidente da CAN no Estado de Kaduna, pediu ao governo da Nigéria que atuem para por fim a perseguição sistemática de cristãos no estado.

Portal Padom

Deixe sua opinião