Dom de Línguas

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Há um tempo atrás eu estava dividido entre “Fruto da emoção”, “ação involuntária sub-consciente” ou “Espírito Santo”. Mas hoje, tenho uma posição mais sólida a respeito dos Dons de Línguas.

Tento seguir a Bíblia e compreender a mensagem de Deus com lucidez e lógica. Na maioria das vezes não conseguimos compreender a lógica de Deus mas creio que Ele com sua maravilhosa graça e benevolência nos faz compreender até essas coisas que não nos levam a lugar algum para que apenas acalmemos os nossos corações a respeito de determinado tema ou fato.

Não vi razão nenhuma que dê embasamento aos “dons de línguas” que atualmente são utilizados por diversas pessoas. Muito pelo contrário, vi o Apóstolo Paulo, criticando tal fato.

Pesquisei e cheguei à conclusão de que Dom de Língua não é nada mais que uma atuação direta do Espírito Santo sobre as pessoas que estão ouvindo uma mensagem Divinamente inspirada, no sentido de lhes fazer compreender em sua própria língua natal o cerne do que está sendo dito.

Portanto, o Dom de Línguas veio para elucidar e não para complicar e o correto seria dizer que o Dom de Línguas atua em quem Ouve e não em quem Fala.

Toda essa história sobre “dons de línguas” começa nas festas de pentecostes quando o Espírito Santo fez com que os 12 pregassem ao povo numa língua tal, que todos compreendessem. Haviam pessoas de diversas cidades e cada qual, tinha sua própria língua. Nesta ocasião, devido ao Dom de Línguas, todos ouviram e compreenderam as palavras dos Discípulos entendendo-as em seus próprios idiomas nativos.
Hoje nos grandes congressos internacionais, as pessoas usam um “ponto de som” no ouvido, (Fone de ouvido) onde um Intérprete, traduz em tempo real o que está sendo dito pelo preletor. Naquele tempo, não havia isso então Deus fez com que o Espírito Santo fizesse a vez. Bem sei que Deus pode igualmente aos tempos antigos, se utilizar desse mesmo recurso quando bem entender. Mas também sei que o que havia de nos ser dito, já o foi pela Bíblia. Depois do advento de Jesus nada mais ficou em aberto e tudo estava revelado. (Estudo dessa afirmação em Atos 21:1-12.)

Depois desse Maravilhoso Milagre Divino, “Falar em Línguas” tornou-se uma “medalha” no peito de quem tivesse tal comunhão com Deus. Todos queriam ter. Imagine só no que isso iria dar…

Paulo via-se em meio a muitas pessoas que se diziam estar “falando em línguas” mas ninguém compreendia o que estava sendo dito. Como resolver isso? Paulo com toda a diplomacia, sensibilidade e inspiração que lhe é pertinente explica:
I Cor. 14:

“(…) …Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. (…) quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas (…) E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, de que vos aproveitarei, se vos não falar ou por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? (…) Ora, até as coisas inanimadas, que emitem som, seja flauta, seja cítara, se não formarem sons distintos, como se conhecerá (…) Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? (…) Dou graças a Deus, que falo em línguas mais do que vós todos. Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua. (…) Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que estais loucos? (…) Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus (…)”

E para acabar com a dúvida Paulo ao fim deste mesmo capítulo, diz:
“porque Deus não é Deus de confusão”.

Portanto, “Dom de Línguas” fica dividido em duas linhas de raciocínio:

•A Primeira, entende que se trata de uma falta de sincronia dos movimentos da boca em relação ao que está sendo dito a Deus através de uma oração em um momento de profunda comunhão com Deus.

•A Segunda entende que foi uma “ferramenta” de Deus para se fazer compreender.

Hoje não vemos mais “Sarças ardentes”, “Cajados virando Cobras”, “Vinho virando Sangue”, “Mar se abrindo” “Mula Falando” Etc…
Deus utiliza diversos meios para Se fazer compreender e isso não quer dizer que estes meios tenham necessariamente que ser repetidos.
Sou servo de Jesus e o meu Senhor me disse: “em Meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; (Conheço um pastor que é Trilíngüe) pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.”
Porque só se escolhe “Falar Línguas” para mostrar que possui comunhão com Deus? Quem prega que para ser um servo de Deus é preciso “Falar em Línguas”, deveria também “Pegar em Cobras” ou “Beber veneno”.
Quero deixar bem clara a minha posição de que toda essa questão é irrelevante diante do Plano de Salvação do Homem que é o que realmente importa em nossa vida aqui na terra. Percebo a mão de satanás nesse contexto com o intuito de separar pessoas de mesmo credo quando deixa transparecer que “quem não fala em línguas não recebeu o Espírito Santo”. Isso não foi dito em lugar nenhum na Bíblia. Da mesma forma sou contra as pessoas que afirmam que “Falar em línguas” seja uma farsa.
Estejamos sempre prontos para o novo. Em plena comunhão com Deus para que auxiliados pelo Espírito Santo possamos enxergar com clareza as armadilhas do inimigo.
Fiquemos atentos. (II Pedro 1:19)

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