Fazendo o caminho de volta – Pr. André Lepre

Quando tomamos decisões sem uma direção de Deus é como andar em um túnel escuro, ou seja, não sabemos onde vamos chegar. Como alcançar esse equilíbrio entre razão e emoção? E como conseguimos uma direção de Deus para nossas decisões?

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Lucas 15:17 – Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

A despeito de algumas mensagens que certamente já ouvimos sobre a passagem do filho pródigo, podemos aprender algumas lições neste texto que nos farão viver o melhor desta vida. Nesta passagem aprendemos que o único que pode frustrar os propósitos de Deus para minha vida sou eu mesmo. E não há como mudar este quadro se não tomarmos a atitude de em alguns momentos fazer o caminho de volta. Caminho de volta ao contrário do que alguns podem pensar, não é o caminho da desistência, mas, fazer o caminho de volta significa recomeçar de onde se parou a jornada de uma vida abençoada e vitoriosa em Deus.

1º. UM JOVEM MOVIDO PELA SUA PRÓPRIA VONTADE SEM BUSCAR UMA DIREÇÃO DE DEUS:

Lucas 15:12 – E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.

Ao lermos o início da trajetória desse jovem podemos notar nitidamente que ele tomou a decisão de afastar-se da presença de seu pai e viver a sua vida conforme os seus valores e a sua vontade. Apesar de ainda não ter direito naquele momento à herança, pois a lei dizia que somente após a morte de seu pai o filho mais velho teria direito a 2/3 da herança e o filho mais novo 1/3. Era como se o filho estivesse dizendo para seu pai que os seus valores e ensinamentos haviam morrido para ele, que estavam ultrapassados e sem valor. Ainda assim, o pai deu a ele a parte que lhe caberia e então, esse jovem foi viver a sua vida conforme o desejo do seu coração.

Quando tomamos decisões sem uma direção de Deus é como andar em um túnel escuro, ou seja, não sabemos onde vamos chegar. A decisão desse jovem foi motivada pela sua própria emoção, pelos seus sentimentos, dessa forma quando tomamos decisões movidas pelos nossos sentimentos ficamos vulneráveis às ciladas do mundo. Precisamos entender que toda decisão, escolha gerará conseqüências em nossa vida e uma escolha errada poderá gerar conseqüências terríveis em nossa vida. Nossas escolhas têm de ser tomadas sempre buscando o equilíbrio entre razão e emoção, algo que somente Deus é capaz de nos dar.

Como alcançar esse equilíbrio entre razão e emoção? E como conseguimos uma direção de Deus para nossas decisões?

Através da oração, algo que este jovem certamente não fez. E o que é oração?

Oração é um relacionamento que construímos com Deus a fim de conhecê-lo mais e seus propósitos para nossa vida. Existem três aspectos da oração que devem servir de estímulo para nós a fim de que façamos da oração um estilo de vida.

II Crônicas 7:14 – E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.

. Aspecto -… então eu ouvirei – DEUS TE OUVE

2º. Aspecto -… perdoarei os seus pecados – DEUS LEVA EM CONSIDERAÇÃO O SEU PEDIDO

3º. Aspecto – sararei a sua terra – GERA UMA RESPOSTA DE DEUS.

 

2º. A ATITUDE DESTE JOVEM DEMONSTRA QUE O RELACIONAMENTO DELE COM SEU PAI ESTAVA COMPROMETIDO:

Lucas 15:13 – E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

A decisão do filho mais novo em sair da casa do pai e ir para o mundo viver sua vida não foi tomada da noite para o dia. Dá-nos a impressão que era algo que já vinha a bastante tempo sendo trabalhado no coração dele aproveitando uma oportunidade para fazer o pedido ao pai. Essa ruptura foi acontecendo aos poucos, da mesma maneira como o pecado, que também vai penetrando aos poucos.

A Bíblia diz em João 10:10 – O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.

Essa é a grande estratégia do diabo nestes últimos tempos, qual seja investir na ruptura, na quebra dos relacionamentos, sejam eles, familiares, espirituais, ministeriais, de vida conjugal, profissionais e também de amizades sinceras. Ele rouba o seu tempo para se relacionar com Deus, para se relacionar com sua esposa, seu marido, seus filhos, seus familiares, seus amigos, seus irmãos da igreja. Vai colocando sobre você uma preocupação excessiva com seus problemas e seus desejos pessoais, e assim não tem tempo para se relacionar com Deus e aprofundar esse relacionamento, com isso vem a morte dos relacionamentos colocando-o na mais profunda solidão destruindo sua vida.

Relacionamento tem que ser cultivado. Há quanto tempo você não dá um beijão daqueles na sua esposa tipo “desentupidor de pia”, hein? Será que isso era apenas no tempo de namoro ou noivado? Há quanto tempo você não faz um carinho na sua esposa, não demonstra atenção, não a leva para comer sequer um cachorro quente na esquina da sua rua… Você esposa, há quanto tempo não faz uma escova no cabelo, não se cuida para esperar o seu amado chegar a casa e se apresentar irresistível para ele? Não demonstra preocupação com ele perguntando como foi seu dia, fazendo um carinho nele… é só cobrança, cobrança… E os pais, há quanto tempo não dedicam tempo para cuidar dos filhos, conversando sempre com eles, procurando saber como está seu coração, suas emoções… filhos, onde está o cuidado com vossos pais? Atenção, respeito, consideração, gratidão por tudo que eles já fizeram e ainda fazem por vocês? Quem ama cuida e quem cuida se relaciona e quem se relaciona cria vínculos fortes. Essa falta de cultivo compromete valores eternos em detrimento de valores passageiros e com isso enfraquece o espírito fortalecendo a carne.

3º. DEMONSTROU O DESEJO DE TORNAR-SE INDEPENDENTE DO PAI DETERMINANDO O SEU PRÓPRIO DESTINO ACHANDO NÃO PRECISAR MAIS DO PAI:

Lucas 15:14 – E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.Lucas 15:13 – E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

Ser independente não significa que devemos nos afastar das pessoas que amamos. Independência significa assumir responsabilidades e para isso é necessário maturidade, algo que esse filho ainda não tinha. Nunca estará nos planos de Deus colocar sobre nós algo que não seremos capazes de suportar (I CO 10:13).

Somos tentados a ser auto-suficientes. A auto-suficiência leva a acreditar que os recursos durarão para sempre e se vive como se nunca fossem acabar. O filho pródigo saiu para viver a sua vida de forma auto-suficiente, vivendo como a Bíblia diz dissolutamente, ou seja, de qualquer jeito, de qualquer maneira e um dia o recurso acabou. Quando me relaciono com Deus eu aprendo que quanto mais independente, mais dependente de Deus eu sou. A auto-suficiência faz acreditar que somos capazes de dar um jeito em qualquer situação. E o filho pródigo achou que pudesse, e então foi ao encontro de um homem com quem não tinha relacionamento, um homem que não conhecia a sua história, um homem que não tinha qualquer tipo de sentimento por ele, e o resultado é que ele foi enviado por este mesmo homem para cuidar de porcos. Quando não nos colocamos nos caminho e na direção certa não encontramos os pastos verdejantes só encontramos o chiqueiro dos porcos.

Este filho saiu da condição de filho e foi para a condição de escravo perdendo a sua dignidade. A estratégia de satanás é fazer você sair da condição de filho para escravo. Escravo da sua vontade, escravo das suas necessidades, escravo da sua auto-suficiência. O apóstolo Paulo nos dá uma lição em Romanos 12:2 para sermos livres dessa escravidão – E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

4º. CAINDO EM SI

Lucas 15:15 – E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. 

Lucas 15:17 – Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

Ele provou o sabor de uma liberdade que o aprisionou ao pecado. O gosto do pecado é bom no início, mas amargo no final. Romanos 6:23 – Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.

Quando o filho pródigo viu a sua condição diz a Bíblia que ele caiu em si. Essa expressão nos remete a idéia de que a sua consciência o trouxe a razão mostrando a ele o maior erro que ele cometeu naquele momento que foi sair da presença do pai. Sair da presença do pai significou sair da presença de uma autoridade que lhe gerava honra. Deuteronômio 5:16 – Honra a teu pai e a tua mãe, como o SENHOR teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que te dá o SENHOR teu Deus.

A voz da sua consciência foi a voz do Espírito Santo falando com ele. Quando ele ouviu a voz do Espírito ele se lembrou que era filho e quem é filho de Deus nunca fica órfão.

5º. O FRACASSO É A OPORTUNIDADE QUE DEUS NOS DÁ PARA FAZERMOS O CAMINHO DE VOLTA.

Lucas 15:16 – E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.

Quantas pessoas também não estão passando por necessidades, perecendo, se alimentando com o resto dos outros porque se afastaram ou até mesmo nunca se aproximaram do maior de todos os pais que é Deus, o Senhor de nossa vida e alma. Aproveitou o fracasso como a oportunidade de mudar o quadro da sua vida. Esse jovem teve a virtude de não desistir de viver, de não ir cada vez mais para longe do pai, de desistir dos sonhos, mas ele teve ainda tempo de mudar a direção, de fazer o caminho de volta, ele disse: “me levantarei e irei para meu pai…” ele foi com o coração quebrantado, arrependido e pediu perdão ao pai. Talvez se fosse eu ou você o chamaríamos de “cara de pau”, “sem vergonha”, “ingrato”, mas o pai não, o pai o abraçou, o beijou e deu quatro ordens aos seus empregados:

1a. Ordem: Mandou vesti-lo com novas vestes.

2ª. Ordem: Tragam um anel para pôr em sua mão.

3ª. Ordem: Coloquem sandálias nos seus pés.

4ª. Ordem: Matem o bezerro cevado e façamos uma festa pela volta do meu filho.

O pai o recebeu de braços abertos, aos trocar suas vestes o pai estava apagando passado de pecado do seu filho, ao colocar o anel em seu dedo estava restituindo a autoridade que havia perdido ao colocar as sandálias nos pés o pai estava restaurando a condição de filho (só os escravos andavam descalços) e ao matar o bezerro cevado o pai estava oferecendo de volta ao seu filho uma nova vida, a alegria de estar de novo na presença dele, pois o bezerro cevado era o melhor da fazenda.

Eu quero encerrar esta mensagem deixando uma palavra profética para tua vida, deixar você debaixo dessa unção, debaixo dessas quatro ordens de Deus. Reveja seus conceitos de vida, reveja o seu relacionamento com Deus, com sua família, com o próximo. Quem sabe você é alguém que está passando por alguma necessidade, sofrendo por escolhas erradas que fez se alimentando do resto dos outros, este é o momento de mudar a direção da sua vida, este é o momento de fazer o caminho de volta aos braços do PAI, do Senhor Eterno, do Deus de amor, pois ele quer te dar vestes novas, colocar sobre ti uma autoridade espiritual, livrá-lo da escravidão do pecado e o melhor de tudo fazê-lo lembrar que o novilho cevado ele já sacrificou por você na Cruz do Calvário João 1:29 – No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. VOLTE PARA OS BRAÇOS DO PAI E VIVA A HONRA DE FILHO!

Ele está de braços abertos para recebê-lo!

Nele, por Ele, para Ele.

Graça e Paz!

Pr. André Lepre

Portal Padom

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