Filme que provoca manifestações anti-EUA mostra Maomé caricato

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O filme que gera protestos, manifestações e ataques anti-americanos no Egito, na Líbia e em outros países muçulmanos é dirigido por um israelense-americano que descreve o Islã como um “câncer”.

O filme “Innocence of Muslims” (“A inocência dos muçulmanos”), foi dirigido e produzido por Sam Bacile, um corretor imobiliário israelense-americano de 54 anos, nativo do sul da Califórnia, que afirma que o Islã é “uma religião do ódio”.

O trailer que está disponível no YouTube veja abaixo:

“O Islã é um câncer”, declarou Bacile ao “Wall Street Journal”.

Sam Bacile afirmou ao WSJ que ele era o autor do filme, dizendo que produziu com US$ 5 milhões (R$ 10,1 milhões) levantados a partir de doações de judeus, os quais ele não quis identificar.

Ele alega ter trabalhado com 60 atores e uma equipe de 45 pessoas na Califórnia, durante três meses, neste filme de duas horas. “O filme é político. Não religioso”, indicou.

O longa-metragem foi defendido pelo polêmico pastor Terry Jones, que atraiu muitas críticas no passado, especialmente por queimar um exemplar do Corão e ter se oposto à construção de uma mesquita perto do Marco Zero, em Nova York.

O pastor afirmou que tinha a intenção de mostrar um trecho de 13 minutos do filme na terça-feira à noite em sua igreja em Gainesville, Flórida (sudeste).

“É uma produção americana, que não pretende atacar os muçulmanos, mas serve para mostrar a ideologia destrutiva do Islã”, explicou em um comunicado divulgado pelo WSJ.

Retrato caricato de Maomé
Clipes do filme mostram uma produção desconexa, retratando o profeta muçulmano Maomé várias vezes como um mulherengo, um homossexual, um molestador de crianças, um tolo, um falso religioso e sanguinário.

Para muitos muçulmanos, qualquer representação do profeta é uma blasfêmia. Caricaturas ou outras caracterizações feitas no passado e consideradas insultuosas enfureceram muçulmanos em todo o mundo, provocando protestos e a condenações por parte de funcionários, pregadores, muçulmanos comuns e muitos cristãos na região.

O pastor norte-americano Terry Jones chamou o filme de uma representação “satírica” sobre a vida de Maomé. Ele disse que mostrou um trailer promocional após a realização de um “julgamento” simbólico do profeta.

Seu “Dia Internacional do Juiz Maomé” foi condenado pela Al-Azhar, prestigiosa instituição de ensino islâmico no Egito, em uma declaração emitida antes de os protestos eclodirem.

A Igreja Copta Ortodoxa do Egito também emitiu uma declaração condenando alguns coptas que vivem no exterior, que, segundo a igreja, financiaram “a produção de um filme que insulta o profeta Maomé”.

Clipes do filme, chamado “Innocence of Muslims”, mas que também recebeu outros títulos em alguns sites, circularam na internet durante semanas antes do surgimento dos protestos.

Alguns pedidos de ativistas por protestos no Egito relacionaram Jones com o filme.

De acordo com os clipes, a primeira parte do filme, situada na era moderna, mostra cristãos coptas egípcios fugindo de uma multidão muçulmana enfurecida. A polícia egípcia olhava enquanto a multidão quebrava uma clínica onde um médico cristão trabalhava.

Em seguida, o trecho mostrou o médico conversando com sua filha sobre o que faz um “terrorista islâmico”.

Depois disso, os clipes mostram cenas históricas do período do profeta, a maioria dessas baseadas em cenários onde os atores estão claramente sobrepostos a um fundo de deserto.

Maomé é referido como um “bastardo” ilegítimo, mostrado como um mulherengo e retratado como um homossexual. Uma cena mostra ele em um aparente ato sexual com uma de suas esposas e mais tarde com outras mulheres.

Em outra cena, um sacerdote cristão se oferece para elaborar um texto religioso a partir de versos da Torá judaica e do Novo Testamento cristão para transformá-los no que ele chama de “versos falsos” — uma aparente referência à gênese do Alcorão.

Em outras cenas, Maomé é retratado como um líder sanguinário, incentivando seus seguidores a saquear lugares que eles atacam e dizendo que eles podem usar as crianças da maneira que quiserem.

G1 / Portal Padom

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