‘Foi um milagre!’, jogadores de futebol tailandeses são liberados do hospital e revivem o resgate ousado da caverna inundada

Meninos da equipe de futebol "Javalis" que foram resgatados de caverna tailandesa, recebe alta hospitalar e agradecem a equipe de resgate e a Deus pelo livramento.

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Doze garotos e seu treinador, Ekkapol Chantawong (à direita), do time de futebol "Javalis", chegam para uma entrevista coletiva pela primeira vez desde que foram resgatados de uma caverna no norte da Tailândia. (Foto de Linh Pham / Getty Images)

Adul Sam-on e seus companheiros eram só sorrisos nesta quarta-feira, quando participaram de uma coletiva de imprensa, após serem libertados do hospital em que estavam sob observação médicas desde que foram resgatados de uma caverna inundada na Tailândia.

Foi um milagre, foi chocante“, disse o menino de 14 anos sobre a missão de resgate, quando ele e vários garotos tailandeses disseram ao mundo pela primeira vez em suas próprias palavras como foi ficar preso no complexo de cavernas Tham Luang.

Segundo relatórios, o jovem Adul nasceu no Mianmar, ele deixou sua família quando tinha 7 anos de idade e se mudou para a Tailândia para obter uma educação melhor. Na Tailândia, ele morava em uma igreja e foi criado por professores cristãos.

Adul ficou famoso durante essa ‘provação’, pois era o único membro da equipe que falava inglês fluentemente e se tornou o principal ponto de contato com os mergulhadores britânicos envolvidos na missão de resgate. Ele disse aos repórteres como foi ver os mergulhadores saindo da água pela primeira vez desde que ficaram presos.

“Depois que eles saíram da água, fiquei realmente surpreso que eles (mergulhadores) eram do Reino Unido e eu não sabia o que dizer. Tudo o que eu pude dizer foi ‘olá’. Foi muito mágico vê-los fiquei muito surpreso, fiquei muito chocado “, contou Adul.

O treinador da equipe Ekkapol Chantawong falou mais sobre a sua provação.

“Não queríamos fazer nada e apenas esperar por ajuda”, disse ele. “Então cavamos buracos para encontrar uma maneira de escapar e paramos quando estávamos cansados. Nós ficávamos bebendo água para encher nossa barriga.”

No dia 23 de junho, os meninos e seu treinador ficaram presos durante um exercício de formação de equipes na maior caverna da Tailândia. Pouco depois de entrar na caverna, fortes chuvas e inundações os prenderam no subsolo por mais de duas semanas.

“Sentimos tontura, fome e não tivemos força“, disse Chanin Wiboonrungrueng, de 11 anos, o jogador mais jovem do time. “Tentamos não pensar em comida, como arroz frito, porque nos deixaria mais famintos”.

“Quando tínhamos força, passamos nosso tempo cavando através das rochas na caverna tentando encontrar uma maneira de escapar”, disse um dos garotos.

Os mergulhadores os encontraram 10 dias depois e eventualmente conseguiram resgatar o último deles durante uma operação delicada no dia 10 de julho. Na semana passada, os SEALs da Marinha da Tailândia divulgaram um vídeo mostrando quão difícil e perigosa era a missão de resgate e salvar a equipe de mais inundações em potencial.

Durante a conferência de imprensa, muitos dos meninos agradeceram aos salvadores pelos seus esforços heroicos.

“Para mim, os SEALs da Marinha Tailandesa são como nossos pais e nós somos seus filhos“, disse Panumas Saengdee, de 13 anos, aos aplausos da multidão.

Cerca de 1.000 especialistas em resgate de todo o mundo passaram oito dias tentando recuperar os meninos. Durante a missão, um ex-mergulhador tailandês do SEAL, Saman Kunan, perdeu a vida enquanto saía das cavernas. Sua morte pesou sobre os jogadores.

“Sentimos muito por saber que Saman perdeu a vida tentando nos salvar“, disse o técnico Chantawong. “Ficamos chocados ao saber da sua morte e (nos sentimos) culpados. Ele morreu por causa de nós”.

Essa experiência me ensinou que viver descuidadamente tem consequências – boas e ruins“, acrescentou Adul. “A partir de agora, vou viver a minha vida com cuidado e vou viver ao máximo.”

Uma semana após o resgate, os médicos dispensaram a equipe do hospital onde estavam se recuperando e disseram que estavam saudáveis e prontos para a vida normal.

“Nós tivemos especialistas olhando para cada um dos meninos e posso confirmar que verificamos todas as possíveis doenças e infecções e agora eles estão prontos para ir para casa”, disse um funcionário do hospital. As famílias dos 12 jovens esperaram ansiosamente o regresso para casa após 25 dias de separação.

Banphot Konkum, um tio de Duangpetch Promthep, capitão da equipe de 13 anos de idade, cujo apelido é Dom, passou a última semana desde seu resgate se preparando para este dia.

“Estamos esperando que Dom volte e estamos preparando um novo quarto para ele”, disse Konkum. “O antigo quarto dele era um pouco pequeno, então estamos reformando tudo.

Horas antes de sua liberação do hospital, Konkum e outros membros da família estavam ocupados fazendo compras para Dom.

“Nós faremos o que ele quiser“, disse Konkum. “Se ele quiser alguma coisa, vamos comprar para ele como presente, como prometemos quando sair. O que ele quiser, faremos isso por ele.”

Khameuy Promthep diz que ela estava esperando por este dia desde que seu neto de 13 anos de idade, Dom ficou preso na caverna.

“Este é o dia mais feliz da minha vida”, disse ela à AFP em uma entrevista.

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