Igreja missionária

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Há cada vez mais pessoas com a intenção de incorporar o espírito de missão. As igrejas querem entrar nesta vaga. Mas o que vem a ser isto realmente? E porque é que alguns reclamam que este é o maior desenvolvimento no Cristianismo desde a Reforma?

O movimento missionário, em muitos aspectos é uma força contrária à forma tradicional de “fazer” igreja. Em vez de se focar num programa, a igreja missionária orgulha-se de ser focar nas pessoas.

“O missionarismo é uma forma de vida, não é uma afiliação ou actividade”, explica o especialista em liderança missionária, Reggie McNeal, no seu novo livro, Missional Renaissance: Changing the Scorecard for the Church (em Português, Renascença Missionária: Mudar o Jogo para a Igreja).

Vamos ter que descobrir como ser a igreja onde as pessoas já estão.

Reggie McNeal

“Pensar e de viver no espírito missionário significa considerar toda a vida como um meio de nos envolvermos com a missão de Deus no Mundo”, escreve.

Uma pessoa que vive o espírito de missionarismo não mede o quão bem se está a safar espiritualmente pela assiduidade com que frequenta a igreja, e as igrejas missionárias não avaliam a sua saúde espiritual pelo número de pessoas que atendem ao Domingo. Em vez disso, os indivíduos missionários “pensam em Deus e no mundo” e organizam toda a sua vida – cada aspecto das suas vidas – em torno das convicções da sua Fé e impõem a sua fé em todas as acções quotidianas”.

“Este entendimento missionário do Cristianismo está a desfazer o Cristianismo como uma religião”, escreve McNeal. “Estas diferenças são tão grandes que tornam as expressões missionárias e não missionárias do Cristianismo quase irreconhecíveis.”
As três grandes mudanças no pensamento e comportamento que se vêem numa pessoa ou numa igreja que se torna missionária são: de internas para externas, em termos de foco de ministério; de desenvolvimento programático para o desenvolvimento pessoal em termos de actividade nuclear; e de estabelecimento eclesiástico para estabelecimento no Reino em termos de agenda de liderança.

“Para estes líderes [missionários], a igreja deixou de ser internamente ocupada para estar focada no que lhe é externo; de se concentrar principalmente com a sua manutenção institucional para desenvolver uma influência de consubstanciação”, escreve McNeal. “Estes líderes dão por si a pensarem mais no impacto em termos de Reino do que no crescimento da igreja.”

Aqueles que fazem parte do movimento missionário são “sérios” no que diz respeito ao desenvolvimento pessoal e não estão simplesmente interessados em ganhar um considerável conhecimento sobre as Escrituras sem o pôr em prática, explica o especialista que já ajudou igrejas a tornarem-se missionárias, desde aquelas tão grandes como 10.000 membros, até igrejas tão pequenas como 30 indivíduos.

Algumas das actividades levadas a cabo pelas igrejas missionárias incluem a embalagem de alimentos e gazetas de oração em mochilas para crianças desfavorecidas, e o começo de negócios microeconómicos de localidades do interior.

“A igreja missionária não é uma questão de ‘fazer igreja’ melhor, diz McNeal. “Não se trata de crescimento de igreja numa roupa nova… o pensamento e vivência missionária mudam o jogo completamente. O renascimento missionário está a alterar tanto o carácter como a expressão da Igreja no Mundo.”

O conceito de missionarismo é particularmente atraente porque dá uma resposta para a razão pela qual a adesão à igreja está a diminuir e como corrigir isso.

“Uma indústria baseada no ‘vir e buscar’ não está a penetrar na cultura”, disse McNeal ao Christian Post numa entrevista na semana passada. “Temos de descobrir como ser a igreja onde as pessoas já se encontram neste momento, em vez de criarmos um domínio de igreja separado da nossa cultura e esperar que as pessoas se identifiquem com ele.”

McNeal considera que o movimento missionário ainda está nos seus “dias iniciais”, mas ele destaca a sua crescente popularidade apontando que uma pesquisa no Google por “missional” [inglês] devolve mais de um milhão de resultados, e as igrejas e denominações cada vez mais reclamam o título de missionárias.

“O renascimento missionário reflecte a resposta da Igreja numa altura de manifestação notável do Reino”, escreve. “Quem perder esta vaga vai dar por si no outro lado de um fosso que os torna irrelevantes para o movimento de Deus no Mundo”.

Fonte> Diario Cristão

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