Judeus ultraortodoxos protestam contra a internet

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Judeus lotam estádio: a internet banaliza o pecado? //Crédito: Josh Nathan-Kazis/The Jewish Daily Forward
Judeus lotam estádio: a internet banaliza o pecado? //Crédito: Josh Nathan-Kazis/The Jewish Daily Forward

Um estádio de baseball completamente lotado em pleno domingo. Só que em vez de torcedores cantando e gritando, homens calados, de chapéu, barba e roupa preta. Em vez de jogadores correndo atrás da bola, um rabino em cima de um púlpito, discursando contra o perigo sedutor e pecaminoso da internet.

Essa cena aconteceu em Nova York, no último domingo, 20 de maio. O encontro reuniu mais de 40 mil judeus ultra-ortodoxos, todos homens, a entrada de mulheres não era permitida. Em linhas gerais, os discursos compartilhavam o seguinte preceito: a internet está desvirtuando a essência do povo judaico. Ela é movida pela superficialidade e pelo banal. A pessoa está entediada e clica em qualquer coisa apenas para suprir esse vazio.

Apesar da aparente aversão à tecnologia, os organizadores do evento não ignoram sua importância. As mulheres que foram obrigadas a ficar em casa poderiam conferir os detalhes do encontro por meio de feeds em tempo real. A multidão de homens dentro do estádio não tinha motivos para esconder seus iPhones e Blackberrys. A discussão era como criar mecanismos de vigilância para todos esses aparatos e a rede que os mantêm conectados. Para os palestrantes, filtrar o conteúdo da web é uma prática iminente e inevitável. Resta saber como fazer isso sem esbarrar na incômoda palavra: censura.

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