Na última terça-feira, 07, foi realizado na Câmara de Vereadores de Simões Filhos, na Bahia, uma sessão solene de entrega de títulos de cidadão simões-filhense, para algumas pessoas, no entanto acabou em polêmica.
Segundo o jornal A Tarde, as pessoas que receberam o título, também foram presenteadas com um exemplar da Bíblia Sagrada, e entre elas estava à líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, que recebeu o livro cristão.
No entanto, quem não gostou do presente, foi a ialorixá Jaciara Ribeiro, que estava de companhia com Maria Bernadete.
De acordo com a publicação, no inicio do evento, quando foi anunciada a entrega da bíblia para os homenageados, a líder religiosa protestou, pedindo a palavra no plenário.
“Perguntei se quem era de candomblé ganharia algo e ninguém me respondeu. Nesse momento, quebrei o protocolo e solicitei a palavra do plenário. Foi quando falei de toda minha história de luta contra a intolerância religiosa”, conta a religiosa do candomblé que contestou o fato do livro sagrado estar inserido no espaço.
Jaciara, contou ao jornal, que em alguns momentos de seu pronunciamento, chegou a ser vaiada pelo público presente. “Queria, como cidadã, o direito de lutar por esse retrocesso. Devemos saber que o estado é laico”, disse.
Já a homenageada Maria Bernadete Pacífico, contou a reportagem, que no momento da solenidade não percebeu que era um exemplar da bíblia que havia recebido, pois estava em uma caixa de presente.
“Eu não sabia o que tinha dentro. No entanto, quando cheguei em casa, percebi que era uma bíblia. Não fiquei constrangida em receber o presente. Inclusive, sou batizada na igreja católica”, disse Bernadete que é mãe do líder Quilombola Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como “Binho do Quilombo”, que foi assassinado em setembro deste ano.
Já a assessoria de imprensa da prefeitura municipal, informou que o prefeito da cidade apenas participou das homenagens e que não fez parte da organização da solenidade.
No entanto, a distribuição das honrarias com as bíblias sagradas, segundo a assessoria da Câmara de Vereadores, foi proposta pelo vereador Alfredo Assis, que contou a reportagem que: “Sempre em datas especiais como posse de vereadores, Dia da Mulher e no aniversário da cidade, faço essa distribuição. Foi um presente entregue aos homenageados”, conta o vereador alegando que não teve o intuito de propagar nenhum tipo de religião.
Portal Padom
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