Morte de pastor deflagra guerra jurídica pelo controle de mega-igreja

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Pastor é acusado de ter se apossado da igreja com o uso de um documento com assinatura falsa do morto

Pastor é acusado de ter se apossado da igreja com o uso de um documento com assinatura falsa do morto
O pastor Wanderley Melo assumiu o controle da Igreja Assembleia de Deus de São José do Rio Preto (SP) em janeiro de 2009 dias depois da morte por enfarto do pastor José Perozin. Melo apresentou à igreja uma declaração assinada por Perozin que o declara o seu sucessor em caso de morte. Desde que duas pericias constaram que a assinatura da declaração é falsa, ocorre uma guerra jurídica pelo controle da mega-igreja cujo principal templo acomoda mais de seis mil fiéis. São José do Rio Preto tem 408 mil habitantes e está a 454 km de São Paulo. O Ministério da Assembleia de Deus que ali tem sede possui 200 congregações dentro e fora do Estado de São Paulo. Estima-se que o total de seus fiéis seja de 30 mil.
Do lado oposto de Melo está o pastor Aparecido Perozin, irmão do morto, que reivindica para si a sucessão. Ele era um dos vice-presidentes da igreja. Em janeiro de 2010, Aparecido conseguiu uma liminar que destituía Melo da presidência da igreja. Mas a liminar foi derrubada logo em seguida.
Além de falsificação da declaração, Aparecido acusa Melo de ter dado carros – entre outros presentes – a um grupo de evangélicos em troca de apoio no controle da igreja.

De acordo com ele, Wilson Luiz da Silva teria recebido um Corsa placas CQN – 4405 de Potirendaba; Osório Guson, um Honda Civic placas EFT – 5950, de Guapiaçu; João Newton de Melo, irmão do atual presidente da igreja e tesoureiro, um Renault Mégane, placas MDQ – 9864 de Joinville (Santa Catarina); Devair Garutti, um Renault Sandero, placas ENJ – 6776, de São José do Rio Preto, e André Faustino, um Corsa, placas DIQ – 1253, de São José do Rio Preto.

Claudete de Jesus Perozin, viúva do pastor Perozin, teria recebido “uma polpuda” pensão vitalícia.

A polícia abriu um inquérito para apurar a acusação de falsidade ideológica. Consta no inquérito a acusação de Aparecido Perozin de que a falsificação da assinatura ocorreu “paralelamente ao velório do pastor”. Um grupo de evangélicos teria ido ao cartório e conseguido reconhecer a firma declaração com a data de 15 de julho de 2007.

Aparecido disse à polícia que, após ter sido descoberta a farsa, esse grupo de fiéis está saqueando os cofres da igreja, abrindo o rombo que já estaria em R$ 800 mil. A igreja nega.

O delegado Júlio Cezar Simões Pesquero pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos.

Diário Web / Paulopes Weblog / Portal Padom

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