Noticias Gospel – Uma vez mais a Turquia é o centro da atenção com respeito ao movimento ecumênico cristão -islâmico, principalmente com a visita do Papa Francisco.
O Papa Bento XVI, que visitou o país em 2006, havia feito orações com o Gran Mufti de Istambul, um dos mais importantes lideres religiosos turcos. O detalhe é que o fez seguindo as tradições islâmicas, com a cabeça dirigida para Meca, o lugar onde nasceu o profeta Maomé.
Na época, o papa alemão foi criticado tanto pelos muçulmanos como também pelos católicos conservadores.
No entanto, o ato foi repetido pelo atual papa Francisco, que no último sábado (29) no seu segundo dia de visita oficial a Turquia. Na Mesquita Azul, um importante lugar de culto islâmico na cidade de Istambul, estava Francisco junto com Rahmi Yaran, o atual Grão-Mufti. Durante a cerimônia, o Papa seguiu a tradição islâmica, retirando os seus sapatos antes de entrar no templo.
Desde o primeiro dia, Francisco chamou a um ‘dialogo intercultural e religioso’. Curiosamente nos subúrbios havia escolas com bandeiras da Turquia e do Vaticano. Eles gritavam ‘Viva o Papa Francisco!’, enquanto que o minarete da praça centra chamava os muçulmanos à oração.
Durante o seu tempo em Ankara, Francisco exortou a Turquia e o Oriente Médio para participar de um ‘dialogo intercultural e inter-religioso’, e pediu o fim ‘para todas as formas de fundamentalismo’.
- As polêmicas nos oito anos de pontificado de Bento XVI
- As possíveis razões para a renúncia do Papa Bento XVI
- Papa Francisco pede união entre católicos e evangélicos
- O Grand Mufti saudita pede a destruição das igrejas cristãs
- “É necessário destruir todas as Igrejas”, diz líder muçulmano da Arábia Saudita.
Por sua vez, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, após o seu encontro com Francisco, disse estar preocupado com a crescente ‘islãfobia’ no mundo. Também pediu aos cristãos e muçulmanos que se unam na luta contra o preconceito.
A visita do Papa é vista pelos analistas como um esforço para promover as relações inter-religiosas. Quando se fala de guerra no Iraque e na Síria, os membros do Estado Islâmico matam rotineiramente cristãos, ressaltou o seu desejo de que a ‘solidariedade de todos os crentes’, ou seja, entre os católicos e muçulmanos.
Francisco ressaltou que ‘seria mais fácil se nos víssemos uns ao outros como irmãos e irmãs viajando pelo mesmo caminho’. Tal afirmação seria vista como um horror, pois a maior parte da historia, e da Idade Media, relata que os dois grupos lutaram em guerras sangrentas, chamando uns aos outros de ‘infiéis’.
Os dois lideres assinaram uma declaração conjunta que mostra a vontade de melhorar as relações quebradas. O Papa insistiu que o Vaticano, ‘não tem intenção de impor nenhuma exigência, exceto a profissão de fé comum’.
Trata-se de um evento significativo, pois a população cristã da Turquia caiu acentuadamente no século passado. Vários lideres temem que o fato de que Erdogan defenda fortemente o Islã, diferente de muitos de seus antecessores, significa uma atitude cada vez menos tolerante, especialmente depois que a nação recebeu dois milhões de refugiados da Síria, de maioria de origem cristã.
Portal Padom
Deixe sua opinião