PERDOAR É PRECISO

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precisoperdoarPerdoar o marido ou a esposa é ser instrumento nas mãos de Deus

No casamento algumas atitudes são fundamentais para o bem-estar e para a felicidade dos cônjuges. Dentre elas, com certeza, está a conjugação do verbo perdoar. Como é difícil dizer: “Eu perdôo… nós perdoamos…”.

A dificuldade maior que muitos encontram é justamente a de perdoar uma pessoa tão próxima, tão íntima. Eles perdoam mais facilmente aqueles que estão distante. A lógica é fácil de ser entendida: a frustração das expectativas se dá com pessoas íntimas. Dos estranhos não esperamos coisas melhores e, conseqüentemente, não nos sentimos ofendidos por suas palavras ou atitudes.

C.S.Lewis escreveu o seguinte: “Todos dizem que perdoar é uma idéia agradável até terem algo para perdoar.” Ele tinha razão porque o ferido ou maltratado deseja sempre a reparação, a vingança. No mínimo fica a mágoa ou o ressentimento.

Os casais precisam entender – quer queiram ou não – que simplesmente impossível a permanência do relacionamento conjugal sem a vontade e a disposição contínua do perdão.

Na oração modelo encontramos Jesus ensinando: “Pai nosso que estás nos céus…perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores…” (Mateus 6:9,12). Jesus dizia aos seus discípulos que a confissão de pecados e a súplica do perdão divino, enquanto guarda rancor contra outra pessoa, além de ser contraditória, é também hipócrita.

Os cônjuges cristãos, portanto, precisam aprender a conjugar o verbo perdoar.

Primeiro, porque todos nós erramos.

Não há ninguém que não cometa erros, que não frustre o próximo. Não há um cônjuge que não tenha em algum momento ofendido a pessoa amada.

O problema é que só enxergamos a trave e o argueiro dos outros.?

Conta-se que um sargento do Exército desejava punir um soldado que estava sob o seu comando por um grave erro de conduta. Sendo aconselhado pelo seu superior a dar ao soldado uma nova oportunidade, ele retrucou: “Sou um homem de palavra; se disse que iria puni-lo, vou puni-lo. Não perdôo.” O seu superior, então, lhe disse: “Sargento, espero que o senhor nunca erre!”.

Provérbios 19:11 diz: ” A pessoa sensata controla o seu gênio, e a sua grandeza é perdoar quem a ofende.” (NTLH).

Perdoar porque precisamos, também, de perdão.
Segundo, porque em Jesus Cristo já fomos perdoados

Temos um Deus que em Jesus Cristo ama, aceita e perdoa, livre e incondicionalmente, o mundo inteiro (João 3:16).

A Bíblia diz que Deus não esperou a nossa transformação, o nosso arrependimento ou a restauração dos erros cometidos para nos amar. Pelo contrário, Ele demonstrou o seu amor perdoador para com todos os homens dando o Seu Filho, Jesus Cristo como sacrifício pelo nosso pecado.

Deus nos perdoou. Se errar é humano, perdoar é divino. (Alexandre Pope)

Em Mateus 18:23-35 encontramos a parábola do credor incompassivo: um servo tinha uma dívida com o rei que lhe era impossível resgatar. Após a súplica, o rei compadeceu-se dele e perdoou a sua dívida. Logo adiante, ao sair da presença do rei, encontra um conservo que lhe devia algum dinheiro. Impiedosamente cobra, ameaça e o lança na prisão. O rei, porém, ao saber da atitude daquele homem a quem perdoara, mandou chamá-lo de volta, repreende-o duramente e o entrega aos verdugos.

Ora, diz Jesus, assim acontecerá se “…não perdoardes cada um a seu irmão.” Os verdugos nossos de hoje: ira, amargura, tristeza, culpa, enfermidades psicossomáticas, etc.

Terceiro, porque nós mesmos somos os maiores beneficiados

Dr.Fred Luskim (O Poder do Perdão, W11 Editores) afirma o seguinte: “O estudo sobre o perdão na Universidade de Wisconsin mostrou que o perdão ajuda a prevenir a doença cardíaca na meia-idade. O perdão é uma experiência que modifica o nível de autoconfiança, de ações, pensamentos, emoções e sentimentos espirituais da pessoa vítima de afronta.

Aprender a perdoar os sofrimentos e ressentimentos da vida é um passo importante para nos sentirmos mais esperançosos e menos deprimidos”.

A Bíblia fala sobre este assunto quando, por exemplo, diz: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.” (Pv.15:13).

O cônjuge que toma a iniciativa de oferecer o perdão, com certeza , é o maior beneficiado porque torna o seu coração livre de enfermidade e pronto para a paz de Deus.

Concluindo, os cônjuges precisam entender, ainda, que perdão não muda o passado, mas modifica o presente. Perdoar é tornar parte da solução.

Perdoar o marido ou a esposa é ser instrumento nas mãos de Deus para ajudar no crescimento emocional e espiritual da pessoa que escolhemos para estar ao nosso lado, participando da nossa vida “…até que a morte nos separe.”

Conjugue no indicativo presente o verbo perdoar: “eu perdôo…nós perdoamos…”

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O autor do artigo é pastor da Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte, MG.

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